Bem, para quem ainda não sabe, tenho assim um sonho coiso -.-"
Como a Aly ja tinha aqui um tópico com as musicas dela (e ela tem mesmo talento *.*), decidi, com a criação deste cantinho artístico, publicar também alguns dos meus textos ^^"
Não são grande coisa e ainda tenho muito que trabalhar, mas gostava que dessem a vossa opinião ^^
(muitos que tem uma relação "pessoal" comigo já conhecem este, mas quem não fica a oportunidade de ler ^^)
E um pouco da historia deste sonho assim um pouco coiso (sim jyuu, foi de propósito usar o adjectivo coiso XD)
- Spoiler:
- no futuro quero me tornar escritor ^^"
Como a Aly ja tinha aqui um tópico com as musicas dela (e ela tem mesmo talento *.*), decidi, com a criação deste cantinho artístico, publicar também alguns dos meus textos ^^"
Não são grande coisa e ainda tenho muito que trabalhar, mas gostava que dessem a vossa opinião ^^
(muitos que tem uma relação "pessoal" comigo já conhecem este, mas quem não fica a oportunidade de ler ^^)
E um pouco da historia deste sonho assim um pouco coiso (sim jyuu, foi de propósito usar o adjectivo coiso XD)
Nota deixada por um rapaz e um sonho...
Amigos e familiares:
Quando virem esta carta, estarei longe, num sitio onde nada nem ninguem me poderá encontrar.
Sei que se perguntam porquê fugir, mas eu digo que não fujo. Nunca ao longo da vida fugi. "Na floresta haviam dois caminhos, eu escolhi o menos usado".
Sei que deve ser uma decepção, ver partir alguém. Muitos planearam tanto para mim... Queriam ver-me em medicina, mas sei que por este caminho ajudarei sempre os outros. Acredito que conseguirei alcançar.
Talvez se lembrem da criança que em tempos fui. Talvez te lembres mãe, do dia em que cheguei a tua beira e disse: "Mãe... já sei o que vou ser quando for grande!!! Vou ser escritor". Esperava um beijo e uma grande festa. Era o dia em que definira toda uma vida! Aquilo ERA importante. Mas uma só meras palavras palavras de desprezo recebi :"Hum... achas que isso e vida?"
Nessa noite, um rapaz chorou por um sonho derramado. Nessa noite, fechou o seu caderno de capa preta dentro da uma caixa dos seus antigos nike. Abriu um buraco no canteiro de baixo da sua janela. Continuou a escavar até que o seu buraco chegasse tão fundo que os demónios que habitavam o inferno pudessem se deliciar com os contos de um rapaz que chorava.É incrível como em criança mitos destes tornam-se realidade aos nossos olhos. Fiquei a noite toda ali. A escrever àquilo que intitulei como: " O meu ultimo conto" Naquela noite, um sonho morreu, e quando olhei para o céu para ver aquele sonho partir, vi que perante a tela negra que cobria o céu do norte, também a natureza chorava comigo... Perfeitos cristais prateados corriam mais rápido do que as minhas lágrimas pelas minhas faces rosadas... Nessa noite, pensei eu, o sonho morrera.
Se dizem que muita agua passará, digo que foram as aguas do rio Lima que limparam todas as minhas magoas. Alguns anos, sonhar ser um dia escritor fazia-me rir perdidamente, como se de uma piada fosse.
Depois conhecia-a... Pele prateada, cabelos castanhos, olhos azuis que mudavam de cor quando os meus olhos negros tocavam os dela. Era-mos adolescentes, e quando ouvíamos o nome um do outro era o suficiente para corar, enquanto que no nosso coração, vagueávamos pela primeira vez em fantasias, algumas vezes, demasiado chocantes até para nós próprios. Passei meio ano para lhe contar. Se pudesse descrever como a amava, mas não havia palavras! A tortuosa língua portuguesa não me satisfazia com os seus sinónimos para amor... Naquela noite, lembro-me, de um luar tão prateado como a pele dela, o canteiro por baixo da minha janela chamava. Será que os demónios de um sonho não morriam mas adormeciam? Saltei para o jardim e, como outrora fizera, dediquei-me à arqueologia das letras. Fui desenterrando, e embora a caixa de cartão tivesse praticamente desaparecido, o meu caderno negro de contos felizes continuava ali, protegido pelo saco plástico que pusera, com o fim de as minhas palavras não escorrerem do caderno, para que no solo não brotassem mais botões de poesia, prosa e contos. Esquecera-me, de que tudo o que é enterrado pode um dia, ser desenterrado, mesmo os mais loucos e insistentes sonhos. Porque nós, Homens, somos um todo, mente e espírito, e se uns se gabam de possuir alma eu digo que nada disso tenho. Digo sim, que sou feito de sonhos...
Naquela noite escrevi, naquilo que se iria tornar, na carta mais importante da minha vida... Escrevi-lhe, a dizer que a amava. Não dormi naquela noite. Naveguei pelo rio que é a Língua de Camões, e escrevi a dizer-lhe que a amo.
No dia seguinte, pus-a bem no meio do seu caderno de matemática, com o pretexto esta claro, de não ter percebido as equações... E, nesse mesmo dia, agarrou-se aos meus ombros, e disse-me aquilo que nunca antes ninguém dissera. Disse, por entre o seu sorriso branco e perfeito e os seus lábios, que tantas vezes sonhara em beijar, que me amava.
Decidi, então, que o miúdo do sonho de ser escritor vivia, e agradeço mais a ti, meu amor, por teres desenterrado o sonho do canteiro da minha janela.
Por isso, escrevo-vos, amigos, pai, mãe, como despedida. Encontro-me no comboio que tantas vezes em criança percorri com a ajuda dos livros da minha estante. Parto para uma viagem que não conheço o destino, mas sei de onde venho, e só espero um dia, que o rapaz do sonho de escritor me possa um dia vir agradecer, por seguir o caminho menos usado. Espero um dia, que o rapaz com o sonho de ser escritor, me diga: "obrigado por tornares o meu sonho, num sonho de um escritor realizado".
Rui K Urashima